28/08/2008

Ontem eu sonhei, sonhei que eu tinha um cavalo marinho, ele era tão doce, tão bonito, as cores quentes vibravam em sua tonalidade, o brilho dos seus olhos me encantava.
Quando perto de mim ele estava, tudo em segundos se completava nada poderia estragar a minha felicidade momentânea, como se ele fosse parte de mim, seus olhos detectavam os impulsos elétricos dos meus orgãos, fazia com que as nuvens ao meu encontro viessem, transformava meus dias, minhas noites, era meu calor.
Era primavera, as flores, se viam de diversas cores, me sentia tão bem,não exista rancor, o amor prevalecia, o feio em nada era visto, lindo tudo parecia.
Um dia eu acordei, o céu de azul anil da cor púrpura se coloriu, senti meus pés gelar, senti meu corpo arrepiar, o que seria aquela sensação que de tão estranha eu não conhecia, rangi os dentes percebi ter medo, de passo em passo cheguei ao jardim, as flores não eram as mesmas, invernos rigorosos estavam longe de chegar, minha visão se ofuscou.
Procurei por ele no mesmo instante, não o achei, onde estaria, onde se escondera, desespero, acho que podia ser isso chegando em mim.
Todo o brilho que existira um dia em meus olhos, foram apagados, era nítida a imagem, como nunca nada tinha sido, diante de mim, estava ali, as águas limpas do lago já não eram cristalinas, o que refletia era a tristeza, o fogo vibrante de suas cores apagou e virou cinzas, em um milésimo de segundo senti tudo girar ao meu redor, congelante era os orvalhos no gramado no qual meu corpo tinha se depositado com toda brutalidade, lágrimas do céu caiam sobre minha pele, como se fossem perfurar tudo por dentro, principalmente meu coração que eu já não sentia mais queimar ali dentro.
Ele se foi, como o vento se espalhou por aí, como seria a vida agora, o sol nasceria outra vez? O céu voltaria a ser anil, as nuvens iriam me encontrar novamente, meus olhos brilhariam de novo? Sempre esteve comigo, nada de mal acontecia, ou será que eu não via, não percebia?
Subi as escadas para o meu quarto, estava escuro como tudo no meu interior, como tudo ao meu redor, percebi que o último degrau não estava mais lá...

2 comentários:

Marco Aurélio disse...

Falei mais ou menos sobre a mesma coisa que você no meu último post... legal ver formas diferentes de escrever.
Gostei, fazia tempo que não passava aqui.
Beijos, se cuida mulé

autor desconhecido disse...

reza a lenda que cavalos marinhos não morrem