27/12/2007

Permanece


O que ficará serão as fotografias, as cores, as figuras, os motivos.

Ficarão na memória, lembranças, amores perdidos, coração partido, amizades construídas, e as destruídas, dias em branco, domingos chuvosos, conversas alheias, decepções, planos, sonhos, ilusões...

Um bom ano diria ela!

Pessoas novas entraram em seu caminho, outras somente passaram deixando pedaços para construí-lo, uns acabaram deixando feridas profundas, uns deixando sabedoria, uns passaram por passar, outros passaram pra ficar.

E assim ele foi se passando, e ela criando escudos em todas às vezes mais fortes, para cuidar de certos momentos, também foi criando expectativas que a destruíram e a fizeram refletir, crescer mais diria ela, buscou conhecimento em diversas áreas, acabou usufruindo de alguns desnecessários, mais que mesmo assim serviram para fortalecer ainda mais os seus escudos.

Aprendeu com dias tristes que eles realmente fazem parte, que realmente são precisos, aprendeu com os dias felizes que eles servem de açúcar para adoçar os dias nublados, ensinou valores, mostrou ser forte em decisões, escondeu ser fraca em decepções.

Descobriu lugares, despertou sentimentos, visitou seu interior e buscou respostas muitas vezes, tirou dúvidas de tempos atrás, perdeu alguns medos como também ganhou outros, experimentou diversos sabores de liberdade, sentiu o amargo da solidão, o azedo do desprezo...

E assim como o vento ela foi seguindo, leve solta e presa ao mesmo tempo, levando pedaços de cada momento, ouvindo a sinfonia de cada passo, fotografando pessoas na memória, escrevendo dores no coração, desenhando os dias as horas ...

E naquele dia, naquele último dia que passa o último dia trinta e um que faz parte dele, ela pensa, pensa e Lembra-se de cada um, de cada gesto, de cada sorriso, de cada dança, de cada livro, de cada olhar despercebido, cada música,de cada gota de água escorrida nos olhos, de cada abraço, de cada beijo, de cada história e que histórias, de cada “nós”, de cada “eu te amo”, de cada nó na garganta, de cada borboleta no estomago, de cada dia de calor insuportável, de cada dia de frio gostoso, de cada folha caída na rua, de cada palavra...

Pensa nos dias que gostaria de ser um robô para não sentir dor, quando gostaria de ser um gigante para que as pessoas a notassem, quando gostaria de ser uma nuvem para estar bem longe das pessoas,também no dia que quis que a noite não fosse passageira para que pudesse se esconder mais fácil das regras...

E para essas próximas horas que formaram outro ano, ela não espera nada, e busca não esperar, que tudo aconteça como for que assim seja.

E assim ela continuará montando o seu mapa, o seu manual, seu caminho, ou outra coisa que possa ser chamada de vida.

Um comentário:

Marco Aurélio disse...

E o pior(ou não); 2008 vai ter tudo isso de novo haha :)